Aumentaram as ameaças contra Dom Pedro Casaldáliga, de 84 anos, bispo emérito de São Félix do Araguaia, depois que a Justiça derrubou dois recursos que tentavam adiar a retirada de não índios da Terra Indígena Marãiwatsédé, no Mato Grosso. Na última sexta-feira, o bispo foi escoltado pela Polícia Federal de sua casa até o aeroporto.
Segundo a Associação Araguaia,
com sede em Barcelona, na Espanha, o bispo deixou a cidade por recomendação de
autoridades, de amigos e por uma decisão da Pastoral, para resguardar sua vida,
enquanto ocorre a desocupação das terras indígenas. Em uma nota de apoio ao
bispo e à causa indígena, a entidade informou que Dom Pedro Casaldáliga deixou a
cidade "por alguns dias" enquanto ocorre a desocupação.
As ameaças têm sido constantes.
Em novembro, depois do bloqueio da BR-158 e de um protesto dos ocupantes da
terra indígena em Brasília, líderes do movimento contra a demarcação passaram a
culpar o bispo pela retirada dos invasores.
A desocupação será por etapas e
está prevista para começar nesta segunda-feira. A área tem 165.241 hectares e
pertence ao povo xavante, mas apenas 20 mil hectares são ocupados pelos índios.
O restante são propriedades de criação de gado ou plantações de soja e arroz. A
homologação ocorreu em 1998. Em outubro passado, o STF determinou a saída dos
invasores.
Apesar da nota da Associação
Araguaia relacionar a saída do bispo da cidade às ameaças que vinha sofrendo,
Cleber César Buzatto, secretário-executivo do Conselho Indigenista Missionário
(Cimi), afirmou que o motivo da viagem foi a festa, em Goiás, de 90 anos de Dom
Tomás Balduíno, bispo-emérito de Goiás e assessor da Comissão Pastoral da
Terra.
A Prelazia de São Félix do
Araguaia não informou quando Dom Pedro Casaldáliga retornará e explicou que ele
se encontra com a saúde fragilizada, em função do Mal de Parkinson. Luís Gouveia
de Paula, da Prelazia, confirmou que o bispo recebeu escolta da PF, mas nega que
houve pedido de proteção.
"Não foi pedida escolta alguma,
mas a PF tomou a iniciativa de escoltá-lo por medida de segurança. Há cerca de
cinco dias, num bar da cidade, um homem havia feito uma ameaça pública: disse
que Dom Pedro Casaldáliga não passaria desta semana", afirmou
Luís.
A Diocese de São Mateus se une
em preces por este santo e profeta dos nossos dias. É preciso erguer a nossa voz
e lutar por um mundo melhor, onde reine a verdade, a paz e a
justiça!
Fonte: PORTAL DIOCESE DE SÃO
MATEUS