segunda-feira, 7 de novembro de 2011

CEBS e ECOLOGIA

CEB'S : Ecologia – Meio Ambiente – Consciência ecológica

Consciência ecológica é a consciência que participamos da Vida que existe na forma da biodiversidade e dos ecossistemas em nossa volta. 
A Vida da qual fazemos parte é um conjunto de vida só.
Não é só pertencer e sim ter responsabilidade de sermos no meio destas múltiplas formas que a vida se manifesta, a espécie com capacidade de pensar e agir.

1- Destruição, predação das espécies e poluição criam formas de desequilíbrio que podem ter conseqüências em cadeia. Falando da manipulação de espécies (a soja transgênica ), não sabemos o que estamos fazendo ou destruindo, nem quais conseqüências isso possa ter.
O que nós fazemos?

- Defendemos a população tradicional nos locais onde sempre morou; ela faz parte histórica- e estruturalmente desse ecossistema (desse pedaço harmonioso da vida )


1) Nos anos 72, 73 e 74 – com a expulsão dos moradores tradicionais do entorno do costão da Ilha do Cardoso, houve um empobrecimento do ecossistema da Ilha pela radical diminuição de sementes, raízes, folhagens e batatas da agricultura de subsistência das moradores tradicionais; em cadeia foram escasseando aves, porcos de mata e finalmente a onça).
2) – Os defesos das espécies da fauna aquática, dos peixes, camarões, caranguejos visam poder extrair e ao mesmo tempo garantir a sobrevivência dessa espécie.
3) - Criamos projetos de “manejo” em que se define o uso dos bens de tal maneira que eles possam melhorar e não ser ameaçados (APA-CIP – Área de Proteção Ambiental de Cananéia, Iguape e Peruíbe.)
4)- A Criação da Reserva Extrativista do Mandira visa que o povo do Quilombo de Mandira possa explorar a riqueza desse bioma sem afetar o equilíbrio da natureza pela sua presença.
5) -Fazemos políticas e projetos de proteção do Meio Ambiente em Áreas protegidas de intensa atividade humana É urgente aplicar o que nós temos de melhor experiência de preservação e conhecimento ambiental nas áreas de exploração agrícola e de madeira e minérios e, em primeiro lugar, nas cidades.
A vida é uma só e as feridas das agro-indústrias, dos “Carajás” e das metrópoles estão afetando até o clima na Amazônia e criando os “El Nino” ( como efeito estufa).
6) – As escolas estaduais incluem projetos de educação ambiental e visitas as áreas onde a natureza (os ecossistemas) ainda estão intactos, em Cananéia percorrendo trilhas, observado a flora e a fauna, fazendo visitas aos mangues e a experiência de água sem poluição...
7)- A luta do Pe. João van der Heijden - João 30, em favor da permanência das populações tradicionais nas áreas de preservação permanente, apesar de que a lei do SNUC (Serviço Nacional das Unidades de Conservação) proíba a permanência de habitantes em parques e estações ecológicas.
Nas áreas de proteção ambiental em nossa região, as populações tradicionais ocupam a metade das vagas dos comitês de manejos e são eles que mais contribuem com seus conhecimentos.
8)- O PEIC (Parque Estadual da Ilha do Cardoso) e APA-CIP (Área de Proteção Ambiental Cananéia, Iguape e Peruíbe) – são as poucas unidades que cumprem sua função legal conforme a política ambiental prevê, porque as populações tradicionais tomam conta e protegem o que é seu.
Funções que devem existir nessas áreas sujeitas à política ambiental são exercidas pela população local: monitores, guias de caminhada, todos os serviços do ecoturismo: monitores, guias, pousadas, barcos de passeio, acompanhantes na pesca amadora, etc.
9)- Muitos estagiários de Cursos Universitários e de Pós-graduação encontram nesse ambiente os temas e conteúdos de seus estudos e trabalhos conclusivos. Mas, repetimos: Essa disciplina de manejo e de ocupação e uso responsável da vida nas suas múltiplas formas deve estender-se, quanto antes, a todo o Planeta Terra, e não somente às áreas protegidas pela política ambiental de restrição e/ou exclusão de atividades humanas.
10)- Os caiçaras são uma população até então semi-nômade que migrava entre Angra dos Reis e Sul de Santa Catarina, resultado de longo processo de miscigenação da população indígena (diversos povos), com negros e com portugueses pobres que não conseguiram migrar Serra acima. É um povo desconfiado (uma autodefesa mais que justa), intuitivo, com muito amor à vida e sensibilidade para todo tipo de arte; até de fazer arte.
11)- Hoje a política ambiental e os bons ecologistas estão dando um valor cada vez maior as culturas das populações tradicionais e a sua religiosidade popular. O respeito pela natureza – respeito à vida e a tudo que vive, é uma vivência autenticamente religiosa.
A vida inteira é sagrada e como tal tratada com o máximo respeito. Por exemplo: A trovoada é afastada para não fazer mal em pleno silêncio, ninguém fala alto, com uma oração não falada em voz alta e com um gesto das mãos que parece querer empurrar essa ameaça para fora do lugar onde as pessoas se encontram. Essa atitude de respeito pela vida (pelo sagrado da vida) sustenta o Meio Ambiente melhor que qualquer política oficial ou Ong ambientalista.
Muitas atitudes que aparentemente só são de respeito, baseiam-se na cosmovisão dessas populações e essa nos fornece o conhecimento extremamente amplo a partir da qual essa cosmovisão se desenvolveu enquanto esta ao mesmo tempo ajudou ampliar esses mesmos conhecimentos.
Essa forma de religiosidade integrada na vida cabe, assim como os ensinamentos de Jesus, dentro de todas as religiões.

25 de fevereiro de 2005.
Pe. João Trinta - Cananéia/sp - Vale do Ribeira – SP.








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