sábado, 18 de junho de 2011

Um Importante achado na velha igreja de Cananéia

Assim divulgava o Jornal a FOLHA DE SÃO PAULO de 14 de Dezembro de 1977... A quem possa interessar e até mesmo servir de referência.

O Padre Jan Van Der Heyjden, vigário de Cananéia e a arquiteta Vera Maria de barros Ferras, do Condephaat, sentiram-se gratificados com o importante achado que fizeram após escavações realizadas na capela-mor do histórico templo. Simplismente descobriram as fundações da primitiva igreja de Cananéia, comprovando ser aquele o sitio original da cidade e mostrando, também, que o nível da atual praça era outro, mais de um metro abaixo do atual. Mas o Importante mesmo foi o fato de serem as paredes primitivas de taipa de pilão, técnica construtiva que se pensava nunca ter sido empregada em nosso litoral. Como se sabe, as cidades da marinha sempre tiveram suas construções de pedra e cal. De pedra entaipada argamassada com massa feita a partir da cal obtida da calcinição dos sambaquis. Alias é rara, ao longo de nossas praias, a terra argilosa boa para ser socada nos taipais. Daí a surpresa causada pelo achado. A primeira igreja de cananéia, bem menor que a atual, foi de taipa de pilão, onde, talvez, foi empregada a terra do morro de São João, situado nas proximidades.

A igreja de Cananéia estava em muito mau estado de conservação, exigindo das autoridades pronta intervenção. NA VERDADE, NÃO SE TRATA DE OBRA DE RESTAURAÇÃO, o que demandaria despesa muito grande. O telhado, por exemplo, permaneceu aquele já existente, com suas tesouras modernas. O trabalho principal foi de limpeza e expurgo de obras não condizentes com a dignidade e antiguidade do edificio. Agora foi recuperada a simplicidade do templo, principalmente com a demolição do retábulo de alvenaria de mau gosto. Foi refeito o arco cruzeiro nas proporções primitivas e trocado o piso, agora de ardózin irregular, material condizente com um novo espírito de revitalização da construção histórica, já que o assoalho antigo sobre os velhos túmulos não tem sua reposição aconselhada pelos técnicos, pois os trabalhos de recuperação de bens culturais necessariamente não devem se ater às condições primitivas, principalmente se não existem indícios e iconografia que possam orientar pertinência.

Assim, estas obras do Condephaat em Cananéia vieram a ter duplo proveito: recuperou-se o templo enquanto se descobriram novas informações de interesse histórico.

Em outra Matéria da FOLHA, vejam que fato interessante... A Matéria é de 22/01/1971...


A Igreja
Há coisa de seis anos, não mais que derrepente, os ladrilhos do piso da Igreja de São João Batista de Cananéia começaram a estufar. Simplesmente subiam e quando o cônego Arnaldo Cayafa mandou verificar, descobriu-se um caixão de pinho de Riga azul, com umas iniciais, que se presume de mulher, uma vez que o esqueleto em seu exterior apresentava longos cabelos negros intactos.

Desde então, numerosas vezes o piso da Igreja subiu sempre, se encontrando caixões com esqueletos, dividindo-se as opiniões: Algum aviso, gases presos ou, muito ao contrario, algum fenômeno qualquer, pois não tem cabimento um esqueleto emanar gases, ainda mais depois de trezentos anos enterrado.

Ao que tudo indica construída nos meados do século XVI, a Igreja de Cananéia é uma das poucas no Brasil que te a sua frente virada para o sul, quando normalmente deveria ser para o norte, ou então, para o mar. Segundo alguns historiadores, acredita-se que o porto, naquela época, não era onde se encontra hoje mas na confluência dos rios Olaria e Piranga, agora reduzidos a simples regatos.


A igreja tem sua história e São João, seu padroeiro, também o seu milagre. Uma ocasião, ameaçados por um navio pirata, os moradores foram pedir ao santo que intercedesse por eles. No outro dia, notaram que a imagem de São João apresentava dedos sujos de areia. E assim por muitos dias. Até que o navio pirata foi aprisionado, quando então o seu capitão explicou que somente não atacaram o povoado por pensar que ela se achava fortemente protegida. Todas as noites via ele um solitário sentinela a patrulhar a praia, incessantemente

Fonte: Arquivo pessoal.

Um comentário:

  1. Este Padre conhece muito de história, é uma pena que já não esta mais entre nós... Um dia irão dar valor a seu legado!

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