Um dia muito distante,
Um padre nos visitou,
E lá na nossa praia,
Uma sementinha ele plantou;
Jamais iremos esquecer,
Com muito amor e carinho,
Sempre vamos lhe agradecer;
Surgiu uma Comunidade,
Que entre tantas em Cananéia,
Até os dias de hoje, e uma realidade;
da Igreja Viva e em comunhão,
E assim, construímos nossa capela
Com Santo Andre, Pe. João e o Povo em mutirão;
Começou com as nossas missas,
Catequese e outros passos a mais,
Juntos nos organizamos,
Procurando realizar os ideais;
Batizados nem se conta,
A Fé ressurgindo das águas,
Criou força que ninguém desmonta;
As festas do padroeiro, procissão no mar,
Caminhada na praia...
Que beleza, o Reino celebrar,
E o Deus da Vida louvar!
Com tudo isso Pe. João queria,
Uma coisa nos ensinar,
Preservar nossa cultura caiçara,
E nunca a abandonar;
Muitos outros mutirões
A pesca é a prioridade,
Pra nunca falta o pão;
Por falta de uma escola,
Tivemos que nos mudar,Pois as nossas crianças
Tinham que estudar;
Depois dessa mudança,
Muita coisa se modificou,
Uns e outros se dispersaram,
E nossa comunidade murchou;
Passamos tempos difíceis,
Pensamos em tudo largar,
Mas lá estava Pe. João,
Dizendo: vocês tem que lutar!
E os poucos que ficaram,
Tiveram que resistir,
Com Santo Andre na frente,
Não tinha o que discutir;
A nossa identidade,
Sempre vamos preservar,Ficar em nossas Comunidades,
Até quando Deus deixar;
Aos nossos filhos e netos
Passamos a tradição,
De manter a Fé e nossa cultura,
E nunca esquecer Pe. João;
Nesses mais de 30 anos,
Nossa Comunidade só ganhou,
Por ter Pe. João 30,
Como amigo e bom pastor;
Um rebanho bem cuidado,
Para nós Ele deixou,
Manter nossa cultura e identidade,
Com muita Fé e muito amor;
Recebemos o Divino,
Que com toda devoção,
Visita todas as casas,
E nos continuamos em procissão;
Fazemos nossos fandangos,
Versos rimados de nossa própria vida,
Conquistamos nosso espaço,
Acolhendo e alegrando quem nos visita;
Dentro da nossa Cultura’
Fazemos de tudo um pouco,
Redes, cestos e balaios,
Remos e muitos outros;
Instrumentos de fandango,
Viola, rabeca e pandeiro,
Que alegra o nosso povo,
E também os estrangeiros;
Pés descalços, pés molhados da água do mar,
Enfeitados de areia – a nossa terra a nos orgulhar,
Mãos que tocam a rabeca, o povo que chega se encanta,
É cultura Caiçara, é sol, é lua, é Vida...
Como é gostoso viver em Comunidade,
Trincheira e Itacuruçá nestes versos falar e profetizar,
Pe. João também é Caiçara,
Porque a nós está ligado,
Como a ligação Fe e Vida.
Que fotos bonitas, que bonito texto... Viva a cultura caiçara onde a beleza esta na simplicidade... Paz e Bem a todos!
ResponderExcluir